Investidores brasileiros EB-5 se tornam o maior grupo de contribuintes fora do sudeste da Ásia - EB5Investors.com

Investidores brasileiros EB-5 ascendem ao maior grupo de contribuintes fora do Sudeste Asiático

By Revista Investidores EB5 Staff

Como professora titular em uma conceituada universidade pública, Erika Nogueira de Andrade Stupiello, de 44 anos, nunca planejou deixar o Brasil – mas graças ao amor de seu filho Bruno por aviões, ela agora está reconsiderando suas opções.

Depois que o jovem de 15 anos decidiu seguir carreira na aviação, ficou claro que ele precisaria estudar nos EUA para realizar seus sonhos. É por isso que em abril passado, Stupiello e seu marido, um executivo da indústria do etanol, investiram US$ 500,000 mil no empreendimento Surf Club Four Seasons Hotel & Residences em Miami Beach e preencheram a papelada para iniciar um pedido EB-5.

“Estamos fazendo isso por ele”, diz Stupiello. “É como dar-lhe antecipadamente a sua herança.”

Bruno já está na Flórida, concluindo o ensino médio com visto F1, explica Stupiello. Conseguir um green card lhe permitirá ganhar bolsas de estudo, frequentar uma faculdade nos EUA e talvez um dia ingressar na Força Aérea dos EUA. Isso também significa que Stupiello não terá que se preocupar com o fato de ele deixar sua casa em São José do Rio Preto, uma pacífica cidade do interior, para estudar em uma das grandes cidades mais perigosas do Brasil.

“Ele poderá estudar em uma cidade boa e seguro, em vez de estudar em uma cidade grande do Brasil, onde eu ficaria muito preocupado com a violência”, explica Stupiello.

Essas histórias são cada vez mais comuns no Brasil, onde o conhecimento do programa EB-5 aumentou acentuadamente nos últimos anos. Entre 1990 e 2007, apenas 14 investidores brasileiros receberam vistos EB-5, segundo relatório do IIUSA. Agora, porém, o Brasil é a quinta maior fonte mundial de investidores EB-5 e o maior contribuinte fora do Sudeste Asiático.

Só no ano fiscal de 2016, os brasileiros investiram 79 milhões de dólares em projetos EB-5 e receberam 150 vistos, segundo dados do Departamento de Estado, um aumento mais de quatro vezes superior ao do ano anterior.

“Em 2012, a pergunta mais comum que eu recebia era 'Isso é legal?'”, diz Renata Castro, sócia-gerente do Castro Legal Group em Pompano Beach, Flórida. “Eles pensaram que era algum tipo de esquema.” Mas recentemente o programa EB-5 ganhou um reconhecimento muito mais amplo. “Agora estou recebendo perguntas mais sofisticadas sobre a estrutura, os empregos criados e a probabilidade de obter um green card permanente”, diz ela. “O Brasil está se tornando um mercado muito mais maduro.”

O aumento da atividade EB-5 é o produto do boom e da crise econômica do Brasil, diz Luciana Zamith Fischer, advogada de imigração de Miami e ex-diretora do centro regional. Em 2010, a economia do Brasil cresceu 7.5 por cento, a taxa mais elevada desde meados da década de 1980, mas o crescimento tem diminuído de forma constante desde então, e tanto em 2015 como em 2016 a economia contraiu mais de 3.5 por cento.

Isso significa que muitos brasileiros que enriqueceram durante os anos bons estão agora a ver o seu país ser arrastado por uma crise económica, escândalos políticos e aumento da criminalidade, diz Zamith Fischer. Como resultado, um grande número de brasileiros tem os recursos e a motivação para usar o programa EB-5. “As pessoas sentem que a prosperidade de 2010 deveria ter-se traduzido em melhores serviços e infra-estruturas”, diz ela. “As pessoas estão desiludidas e querem sair.”

Cerca de 8,000 milionários deixaram o Brasil em 2016, a terceira maior saída mundial, de acordo com um relatório da Nova Riqueza Mundial, com São Paulo sozinho a perder mais de 3,000 milionários.

“A recessão na economia local, o vírus Zika e o aumento das taxas de criminalidade estão a expulsar muitos milionários do país”, afirma Andrew Amoils, chefe de investigação da New World Wealth.

Amoils não espera um êxodo sustentado de HNWIs do Brasil. “Os nossos números provisórios para 2017 mostram uma queda no saldo migratório do país, o que é um bom sinal”, afirma.

Até agora, porém, há poucos sinais de que os brasileiros ricos estejam esfriando no programa EB-5: um total de 151 brasileiros apresentaram pedidos de EB-5 no ano fiscal de 2016, de acordo com dados obtidos pelo IIUSA.

Nem todos esses pedidos serão aprovados: os pedidos I-526 brasileiros foram rejeitados a uma taxa ligeiramente superior à média global no ano fiscal de 2016, com pouco menos de três quartos dos requerentes a receberem vistos.

Isso pode acontecer porque até recentemente muitos brasileiros tinham ativos não declarados, diz Bruna Canto, consultora sênior do escritório da LCR Capital Partners em São Paulo. “Historicamente, os brasileiros não têm sido capazes de documentar bem a origem dos recursos”, diz ela. Ainda assim, uma anistia no ano passado permitiu aos brasileiros regularizarem suas situações, e Canto prevê que os candidatos ao EB-5 terão mais facilidade para seguir em frente.

Outro problema pode ser mais difícil de resolver: os brasileiros são altamente focados nos relacionamentos e muitas vezes contam com advogados de família ou amigos de amigos em vez de procurar assistência especializada. Isso pode significar que os investidores podem receber maus conselhos, mesmo à medida que se tornam mais sofisticados de outras formas, diz Edward Beshara, sócio-gerente do Beshara Global Migration Law Firm, em Orlando.

“Eles estão contratando maus advogados ou aqueles que dizem que usam o EB-5, mas não sabem o que estão fazendo”, alerta Beshara. “Eles não têm todas as informações de que precisam para tomar as decisões corretas.”

Em geral, porém, os brasileiros estão agora muito mais informados sobre o processo EB-5, diz Canto. “Normalmente quem nos contata hoje já conhece o programa”, diz Canto. “Eles já fizeram muitas pesquisas, não estão tão desinformados como costumavam ser.”

O outro lado da confiança dos brasileiros nas relações pessoais é que eles compartilham informações e prestam muita atenção à forma como outros investidores do EB-5 estão se saindo, acrescenta Castro, advogado de Pompano Beach.

No início da década de 2010, diz Castro, a maioria dos brasileiros queria administrar seus próprios projetos e tinha receio de ceder o controle aos desenvolvedores. “Quando comecei a ir para o Brasil, sofremos muitas resistências por causa da falta de controle”, diz Castro. Mas com o tempo, os brasileiros perceberam que seguir carreira solo pode sair pela culatra. “Os brasileiros aprenderam, com os erros de seus pares, que desenvolver um negócio nos EUA com 10 ou mais empregos é muito difícil”, diz Castro.

Agora, os brasileiros estão mais abertos a trabalhar com centros regionais, embora alguns permaneçam cautelosos depois de verem amigos magoados por projetos mal administrados. “O maior obstáculo que um centro regional EB-5 tem no Brasil é quebrar a barreira de desenvolver confiança com o investidor”, diz Castro.

Por causa dessa cautela, muitos brasileiros preferem projetos relativamente pequenos, de tijolo e argamassa, onde podem controlar mais facilmente as coisas. Cerca de 80% dos investidores brasileiros da LCR Capital optam por projetos de desenvolvimento imobiliário, como o investimento do Surf Club, favorecido pela família Stupiello, diz Canto, da LCR Capital.

Outros desenvolvedores do EB-5 buscam construir credibilidade trabalhando com marcas bem conhecidas no Brasil. O CEO do Florida EB-5 Regional Center, Dennis Slater, que está ajudando a financiar a expansão nos EUA da rede brasileira de restaurantes fast-casual Spotelo, diz que cerca de um quarto de seus investidores agora vêm do Brasil.

Mesmo com o reconhecimento da marca Spotelo, Slater tem que trabalhar duro para convencer os brasileiros de que seu projeto é legítimo e vale a pena ser apoiado. A certa altura, Slater até adicionou uma webcam ao site de sua empresa, para que potenciais investidores pudessem assistir a uma transmissão ao vivo do serviço de almoço de cada dia na loja principal da Spotelo no Florida Mall, em Orlando.

Esse tipo de atenção aos detalhes é necessária, diz Slater, porque os investidores brasileiros do EB-5 investigam minuciosamente os projetos que financiam, normalmente gastando cerca de seis meses fazendo a devida diligência antes de assumirem um compromisso. “Eles são investidores muito prudentes e garantirão que estão confortáveis ​​com o investimento antes de avançarem”, diz ele.

O amadurecimento do setor EB-5 do Brasil é oportuno, diz Castro: o atual presidente do país, Michel Temer, continua atolado em um escândalo de corrupção, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – ele próprio enfrentando uma sentença de prisão por acusações de corrupção – está o favorito na corrida para substituí-lo. Isto sugere que mais caos político está por vir, o que poderá levar os brasileiros mais ricos a explorar o programa EB-5.

“Acho que ainda nem vimos a ponta do iceberg. Veremos um êxodo em massa saindo do Brasil”, diz Castro. “Precisamos ficar atentos, como comunidade prestadora de serviços EB-5, e fazer ajustes para atender esta comunidade.”

Por enquanto, Stupiello diz que ela e o marido estão felizes por permanecer em seu canto relativamente pacífico do Brasil e deixar seu filho Bruno colher os frutos do investimento no EB-5.

Mesmo assim, diz Stupiello, ela está prestando muita atenção aos problemas econômicos e políticos do Brasil e ficará aliviada por ter a opção de vir para a América no futuro. “Nos sentimos com sorte”, diz ela. “Sabemos que teremos uma escolha. Se quisermos, na aposentadoria teremos a oportunidade de ir para um lugar mais tranquilo e ficar perto do nosso filho.”

Equipe EB5Investors.com

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